O Movimento Cívico pela Linha do Vouga juntou-se às dezenas de movimentos de utentes que manifestaram-se, no último sábado, em Coimbra.
Além da reunião para a eleição dos novos dirigentes do MUSP - Movimento de Utentes do Serviço Público, foi realizada uma marcha de protesto, onde foi exigido aos responsáveis políticos melhorias em várias áreas, desde os transportes públicos à educação e saúde.
Partilhamos aqui, na íntegra, a nossa intervenção:
"O MCLV esteve presente no 15° Encontro Nacional do MUSP, a quem agradecemos publicamente o convite à nossa participação. Para quem não nos conhece, a nossa luta começou em outubro de 2011, quando o governo de Passos Coelho tentou fechar a Linha do Vouga. A linha não encerrou devido à luta das populações, dos autarcas e por uma petição pública que foi dinamizada por um dos mais antigos partidos políticos do nosso país. No entanto, em 2013, acabou mesmo por encerrar o serviço ferroviário no seu troço central, entre Oliveira de Azeméis e Sernada do Vouga. Desde o início que fizemos pressão para a sua reabertura, através da imprensa regional e por reuniões com autarcas e partidos. Tivemos a nossa primeira vitória com a renovação integral de via que está em curso e a reabertura desse troço poderá acontecer já este ano. No entanto, ainda temos muitos problemas na linha. Temos constantes supressões devido a avarias de material circulante. Continuamos a ter apenas sete automotoras disponíveis para o serviço regular de passageiros, quando é mais fácil adquirir automotoras de bitola métrica do que de bitola ibérica... Defendemos a última via estreita do país. Todas as outras fecharam. Este governo, sobretudo na pessoa do Ministro Castro Almeida, defende a mudança de bitola na Linha do Vouga. Somos contra, pois não é necessário, além de considerarmos tecnicamente impossível e mais caro. Em vez de 120 milhões de euros para requalificar a totalidade da linha, de Aveiro a Espinho, a mudança de bitola significará a construção de uma linha nova, que poderá custar mais de 300 milhões, para apenas um terço da sua extensão, entre Espinho e Oliveira de Azeméis. Defendemos, portanto, a modernização da totalidade da Linha do Vouga mantendo a bitola estreita, com a reposição da interface com a Linha do Norte e a construção de uma outra com a futura Linha de Alta Velocidade. Além disso, outras das nossas reivindicações passam pela construção e relocalização de novos apeadeiros, horários que sirvam os trabalhadores por turnos e a integração do seu troço norte nos comboios urbanos do Porto, com a aplicação do sistema Andante.
Aos que nos seguem e apoiam a nossa luta, apenas podemos garantir que não vamos desistir. A luta continua. Viva o Vouguinha e viva a Linha do Vouga!"
Notícia "Sic Notícias": https://sicnoticias.pt/pais/2025-03-16-video-movimentos-de-utentes-de-todo-o-pais-sairam-a-rua-e-manifestaram-se-em-coimbra-4e5bd696
Fotos: FB da União dos Sindicatos de Coimbra
MCLV, 17 de março de 2025