Na última reunião do Conselho Metropolitano do Porto, Emídio Sousa, presidente da câmara municipal de Santa Maria da Feira, levantou novamente a questão relativa aos estudos de viabilidade para a requalificação da Linha do Vouga entre Espinho e Oliveira de Azeméis. E, ao que parece, os estudos vão ser retomados...
Na nossa óptica, questionamo-nos se realmente vale a pena recomeçar a estudar o que está (mais) que estudado. Os estudos concluíram que a requalificação da linha era viável do ponto de vista económico a médio/longo prazo, pois atravessa grandes capitais de concelho e, como tal, não faltariam passageiros. No entanto, o grande obstáculo prende-se com a execução da infraestrutura propriamente dita.
Já por diversas vezes alertamos que a Linha do Vouga foi construída como "linha de montanha", de bitola métrica, serpenteando os vales, num canal ferroviário demasiado apertado e idealizado para ser bastante "poupadinho" em termos de obras arte (pontes, túneis, etc.), o que tornou a sua execução muito mais barata nos inícios do século XX. Queremos com isto dizer, que a requalificação da Linha do Vouga com vista à sua reconversão em bitola ibérica, no canal ferroviário original, é praticamente impossível. Muito provavelmente, seria mais eficaz construir uma linha de raiz.
Desafiamos os políticos e os estudiosos, que pretendem a requalificação da Linha do Vouga para ligação à CP Porto, a irem conhecer, por exemplo, o famoso "Euskotren", no país basco. Estamos convictos que passarão a olhar de uma forma mais séria para a "via estreita" e perceberão que, afinal, um comboio que circula neste tipo de bitola, também poderá atingir os 80 km/h.
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