Em consequência dos factos que pudemos comprovar ontem na estação de Albergaria-a-Velha, nomeadamente a remoção das AMV's de acesso às linhas de cruzamento e resguardo, o MCLV vem uma vez mais demonstrar a sua apreensão, preocupação e indignação pela silenciosa e sucessiva desabilitação de infraestruturas de via na linha do Vouga. Ao longo dos anos, estes "pequenos desmembramentos" têm prejudicado, com maior ou menor grau, a operacionalidade e a atratividade desta via férrea centenária. Em Sernada do Vouga, com o desmantelamento do layout original, perdeu-se a imponente imagem deste local, que muitos consideram o "Entroncamento" da via estreita em Portugal. Perdeu-se também o acesso à redonda, que tanta falta faz hoje em dia e a sua reposição terá custos avultados. Em Oliveira de Azeméis, aquando da última renovação da superestrutura de via na estação, também o acesso à redonda foi removido. Em Espinho, com o "enterramento" da linha do Norte, perdemos o acesso direto à estação principal da cidade, que em consequência fez a linha perder imensos passageiros. Mais recentemente, e ainda na mesma localidade, foi removida a AMV da estação de Espinho-Vouga, o que praticamente aniquila a possibilidade de um comboio tracionado por locomotiva se deslocar até lá. Não nos podemos esquecer também da remoção da AMV de acesso ao núcleo museológico de Macinhata Vouga, o que deixou esta infraestrutura desligada da rede ferroviária nacional. Como se pode constatar, o que verificamos ontem em Albergaria-a-Velha é, portanto, um insólito acontecimento a juntar a tantos outros e que de certo modo têm prejudicado a linha do Vouga. Este caso em concreto de Albergaria-a-Velha chega mesmo a roçar o ridículo pelo facto de não ter sequer existido o cuidado de remover antecipadamente os vagões que se encontram na linha de resguardo. Estamos cientes dos custos onerosos da manutenção destes aparelhos de mudança de via, no entanto, não o podemos aceitar como justificação para a sua remoção, nem podemos continuar a tolerar esta solução para a resolução do problema até porque não se deve tapar buracos, abrindo outros. Queremos não só uma explicação para o ocorrido mas queremos também aproveitar uma vez mais para apelar à urgência da requalificação integral da Linha do Vouga, com prioridade para o troço central.
Movimento Cívico pela Linha do Vouga, Oliveira de Azeméis, 15 de Setembro de 2021.
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