quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

ESCLARECIMENTO PÚBLICO

Ao longo dos últimos dias, a Linha do Vouga tem feito manchete em vários jornais, sobretudo na imprensa regional, muito por culpa da polémica criada em torno da tese do "comboio direto para o Porto". O MCLV, na qualidade de acérrimo defensor da modernização da Linha do Vouga mantendo a bitola métrica, tem-se debatido das mais variadas formas para defender as premissas que levaram à sua fundação e para mostrar ao público em geral o porquê de considerarmos ser esta a melhor solução para o futuro desta linha. De forma a não nos debruçarmos permanentemente sobre os nossos argumentos, deixamos aqui o link de uma publicação anterior onde os poderá consultar:


https://valedvouga.blogspot.com/2022/12/e-por-que-razao-o-mclv-defende.html?m=1


Infelizmente, temos verificado que algumas entidades políticas e alguns meios de informação que, não concordando com a nossa mensagem, tentam distorcê-la, na tentativa de que caia em descrédito por parte da opinião pública, sobretudo, insistindo permanentemente na tese de que defendemos a manutenção da bitola métrica apenas com base na exploração turística, o que não é de todo verdade. Além disso, outras quantas têm manifestado a sua opinião, relevando parcos conhecimentos ferroviários, motivos pelos quais decidimos realizar este esclarecimento público (ver legendas das imagens desta publicação). Relembramos que, numa luta que dura há mais de 11 anos, a nossa mensagem chegou ao Governo, pois o Plano Ferroviário Nacional por este apresentado, quer se goste ou não, está de acordo com tudo aquilo que sempre defendemos.



Joaquim Jorge (PS), presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis. Notícia publicada por um semanário regional de Oliveira de Azeméis.

Resposta do MCLV: Este é um título que nos deixa abismados, mas não espantados. Joaquim Jorge sempre mostrou uma postura contraditória relativamente às decisões do governo e sendo da mesma cor partidária, torna ainda mais lamentável o facto de ter sido o único autarca da AMTSM a discordar da manutenção da bitola métrica. Joaquim Jorge tem a obrigação moral de ser bom conhecedor deste meio de comunicação, já que a Linha do Vouga atravessa todo o concelho de Oliveira de Azeméis, pelo que discordar da bitola métrica é praticamente o mesmo que dizer que o autarca concente que metade deste território deixe de ser servido pelo comboio. Em caso de reconversão da bitola, não acreditamos que o troço central da linha se mantenha ativo, portanto, no pior cenário, Ul, Macinhata da Seixa, Travanca e Pinheiro da Bemposta perderão o serviço ferroviário e Oliveira de Azeméis perderá uma ligação ferroviária direta a Aveiro.



Helga Correia (PSD), deputada pelo distrito de Aveiro da assembleia da república. Notícia publicada por um semanário regional de Oliveira de Azeméis.

Resposta do MCLV: Segundo o título da notícia, a deputada do PSD Helga Correia afirma que o seu partido defende o alargamento da bitola há vários anos. Ora, relativamente a isto, só nos aprage partilhar o seguinte:

"Desactivação, até ao final de 2011, do serviço de passageiros da linha do Vouga, sendo assegurada a mobilidade das populações através de concessões rodoviárias", Resolução do Conselho de Ministros 45/2011, de 10 de Novembro, do governo de Pedro Passos Coelho (PSD).



Márcio Correia (PS), presidente da concelhia de Santa Maria da Feira. Notícia pulicada pelo quinzenário "Correio da Feira".

Resposta do MCLV: Márcio Correia diz ser necessário um estudo que compreve a viabilidade turística do troço Oliveira de Azeméis-Espinho. Ora, Márcio Correia deveria, primeiramente, entender que a exploração ou a viabilidade turística da linha não deve ser repartida por troços, mas sim analisada pelo seu todo. O simples facto de ser a última linha de bitola métrica ativa em Portugal já a torna atrativa em toda a sua extensão. Devido à degradação do troço central, a exploração turística está atualmente limitada ao troço do chamado "Ramal de Aveiro", entre Sernada do Vouga e Aveiro, mas desde o ano de 2017 que tem sido um verdadeiro sucesso. Encontrará Márcio Correia um melhor case study do que este?!


Mário Jorge Reis (PSD), presidente da concelhia de Santa Maria da Feira. Notícia pulicada pelo quinzenário "Correio da Feira".

Resposta do MCLV: Apesar de ainda não estar totalmente convencido quanto à manutenção da bitola métrica, Mário Jorge Reis tocou num assunto bastante pertinente: com a alteração da bitola, podemos perder o serviço de proximidade que esta linha dá através das paragens em apeadeiros que distam entre si uma curta distância. Nada mais acertado. Comboios de bitola ibérica não farão este tipo de paragens, o que tornará o serviço mais pobre.


Miguel Branco (Chega), representante da AM de Santa Maria da Feira.

Resposta do MCLV: Ora, para distorcer as nossas ideias, Miguel Branco, do Chega, decidiu apontar para o risco de incêndio com origem nas linhas de caminho de ferro. Dado este tipo de afirmação, poderíamos ficar já por aqui nos nossos comentários, mas, estando nós num estado democrático, merecerá ainda assim o nosso direito de resposta. Miguel Branco, por ventura, achará, assim, que existindo exploração turística neste troço da linha, serão só circulações de locomotivas a vapor a toda a hora. Nada mais errado. Como toda a gente sabe, a época de maior atividade turística na linha, ocorre sobretudo no verão com recurso a uma locomotiva a diesel, não existindo qualquer tipo de risco de incêncio como refere. Além disso, as circulações da locomotiva a vapor têm decorrido nos meses frios e, normalmente, em dias de humidade elevada, por forma a mitigar qualquer risco de ignição.


Tiago Paiva (BE), representante da concelhia de Santa Maria da Feira. Notícia pulicada pelo quinzenário "Correio da Feira".

Resposta do MCLV: Na perspetiva de Tiago Paiva, o BE não se opõe à manutenção da bitola métrica caso a exploração turística não afete o serviço normal de passageiros. Evidentemente, que uma coisa em nada influenciará a outra. Na verdade, não é bem assim. Até poderá influenciar de uma forma bastante positiva, atraindo passageiros para a utilização do serviço regular. Basta analisarmos o que acontece já na Linha do Vouga entre Sernada do Vouga e Aveiro, assim como na Linha do Douro, entre Régua e Tua, e rapidamente perceberemos que existe uma saudável convivência entre estes dois tipos de serviços.


Ângelo Santos (CDS-PP), representante da AM de Santa Maria da Feira.

Resposta do MCLV: Como já referimos por diversas vezes, a modernização da linha em bitola métrica jamais será somente com o intuito de torná-la numa linha que apenas sirva para turismo. No entanto, para que a linha não perca esse potencial, terá que permanecer com esta bitola, caso contrário deixará de ter qualquer tipo de interesse nesta matéria. Manter a Linha do Vouga em bitola métrica significa manter o seu potencial turístico, significa proteger os interesses de proprietários de habitações e empresas próximas ao leito de via, que não terão de se sujeitar a expropriações e, por fim, significa manter ativa a última linha de via estreita em Portugal, em toda a sua extensão e poupando dinheiro aos cofres do estado. É uma solução realista e não ilusória. É a solução que serve todas as populações por onde a linha passa, sem desprezo de nenhuma. É a solução possível e é aquela que queremos.

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