quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Apoiamos a solução métrica! Rejeitamos a ilusão ibérica! (atualização)


O Movimento Cívico pela Linha do Vouga esteve presente nos mais recentes debates relativos à modernização da linha por nós defendida e, em consequência das ilações que retiramos dos mesmos, decidimos atualizar os principais tópicos que nos levam a defender a solução de modernização mantendo a bitola métrica, rejeitando, assim, a ilusão que se tem vindo a alimentar em torno da mudança para bitola ibérica.

APOIAMOS A SOLUÇÃO MÉTRICA! Motivos:

✔️ Modernização mais barata do que alterando a bitola (alterar a bitola tem um custo 140% superior, ou seja, 2.8x mais caro!);
✔️ Modernização na extensão total da linha, ou seja, nos 96 quilómetros entre Espinho e Aveiro, com um custo previsto de 120 milhões de euros;
✔️ Menor tempo de execução das obras de modernização;
✔️ Modernização com financiamento aprovado;
✔️ Praticamente sem necessidade de expropriações, com correção de traçado apenas onde for possível - estima-se correção em 20% do traçado;
✔️ Prolongamento da linha à superfície em Espinho até à estação principal, para reposição do cómodo transbordo com a linha do Norte;
✔️ Ganhos em tempos de viagem idênticos aos de alterar a bitola e manutenção dos apeadeiros entre curtas distâncias;
✔️ Preservação do interesse da exploração turística;
✔️ Possibilidade futura de ligação direta ao Porto (via Espinho) e ligação direta a Coimbra (via Aveiro) com a aquisição de novos comboios bi-bitola;
✔️ Possibilidade de interface com a nova linha de Alta Velocidade nos pontos de cruzamento com a linha do Vouga;
✔️ Possibilidade de prolongamento da linha até à Universidade de Aveiro.
✔️ Eletrificação numa voltagem adequada aos meios urbanos - 750 volts em corrente contínua, a mesma utilizada pelo Metro do Porto;
✔️ Possibilidade de reaproveitamento do atual material circulante, visto que as automotoras UDD 9630 podem ser reconvertidas para tração elétrica.

REJEITAMOS A ILUSÃO IBÉRICA! Motivos:

❌ Ligação direta ao Porto servindo apenas os concelhos integrados na Área Metropolitana do Porto, desprezando os restantes;
❌ Modernização 2,8x mais cara do que manter a atual bitola - custo 140% superior;
❌ Modernização apenas no troço norte da linha, ou seja, apenas nos 33 quilómetros entre Oliveira de Azeméis e Espinho, com um custo a rondar os 112 milhões de euros;
❌ Maior tempo de execução das obras de modernização;
❌ Sem garantias de financiamento;
❌ Necessidade de um número avassalador de expropriações, dado que o atual canal ferroviário não está apto à alteração da bitola - estima-se correção em 60 a 70% do traçado, ou seja, implica construir uma linha nova;
❌ Custo elevado da modernização não justificado pelos ganhos em tempos de viagem, que serão idênticos aos de manter a atual bitola - exemplo da linha de Guimarães;
❌ Sem garantia de canal horário na Linha do Norte para mais circulações vindas da Linha do Vouga - fica dependente da construção da nova linha de Alta Velocidade, que poderá demorar até 10 anos a estar concluída;
❌ Perda do transporte de proximidade, dado que os comboios de uma nova linha em bitola ibérica não farão paragens nos mesmos locais, nem entre distâncias tão curtas quando comparado com os de bitola métrica;
❌ Perda do interesse da exploração turística da linha;
❌ Perda da ligação para sul da linha do Vouga, com o consequente encerramento do troço central - as freguesias a sul da cidade de Oliveira de Azeméis e o concelho de Albergaria-a-Velha arriscam-se a perder este meio de transporte ferroviário;
❌ Conexão com a Linha do Norte, em Silvalde, chumbada pelos estudos de impacto ambiental e sem alternativa prevista;
❌ Risco da obra não se efetivar após a remoção dos carris antigos - exemplo do ramal da Lousã;
❌ Sem garantia de disponibilidade de material circulante, por parte da operadora ferroviária, para mais uma família de comboios urbanos;
❌ Eletrificação numa voltagem em rede convencional - 25000 volts, que pode implicar um enorme impacto paisagístico, em consequência das apertadas normas de segurança - exemplo da zona da Granja, em Vila Nova de Gaia.

Posto isto, se alguma vez ponderou defender a mudança para bitola ibérica na Linha do Vouga, aconselhamo-lo a pensar duas vezes, ou melhor, 2.8 vezes, que é quanto o estado e todos nós teremos de pagar a mais para que apenas 1/3 da linha seja modernizada. Não seja vaidoso. Seja realista. Defenda a solução que passa pela manutenção da bitola métrica. Não se deixe iludir pela mudança para bitola ibérica.

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