O Eng. Paulo Melo, que também já tinha estado presente na conferência do passado dia 2 de Fevereiro, usou a mesma "tática" de Nuno Freitas e replicou quase na íntegra a sua apresentação, sendo importante ressalvar o facto de ter acrescentado alguns dados relativos aos utilizadores da Linha do Vouga. Recorrendo a dados de um estudo realizado, em 2017, pela Área Metropolitana do Porto, Paulo Melo mostrou que entre 60 a 80% dos passageiros de Oliveira de Azeméis, São João da Madeira, Santa Maria da Feira e Espinho que utilizaram esta linha, realizaram apenas deslocações intramunicipais, ou seja, a maioria dos passageiros utilizou o comboio para curtas deslocações, dentro dos próprios concelhos. Paulo Melo voltou a clarificar, ainda, que dos 120 milhões de euros previstos para a requalificação da totalidade da Linha do Vouga, 77 milhões são para a sua eletrificação e alertou que apenas os comboios Alfa Pendular serão deslocados para a nova linha de Alta Velocidade, com o objetivo de aumentar a capacidade da Linha do Norte para mais circulações de comboios de mercadorias.
Até à data desta conferência, a CP ainda não tinha mostrado a sua visão quanto à discussão do Plano Ferroviário Nacional e coube essa missão a Joaquim Guerra. O MCLV estava expectante quanto às ideias do novo orador, mas o vogal do conselho da administração da operadora ferroviária também juntou-se a Nuno Freitas e Paulo Melo na luta pela requalificação da linha com a manutenção da bitola métrica, mostrando que a empresa pública está perfeitamente confortável com a continuidade da exploração ferroviária sem alteração da bitola. Em termos de novidades que pudemos constatar a partir da apresentação de Joaquim Guerra, destacamos o possível prolongamento da linha, em via algaliada, até à Praia da Barra, com o possível aproveitamento do já existente ramal do Porto de Aveiro. Relativamente ao reposicionamento de estações e apeadeiros para locais mais próximos a zonas habitacionais e industriais, Joaquim Guerra aproveitou para mostrar aqueles que a CP tenciona que sejam criados e aqueles que possivelmente serão relocalizados. Por fim, de salientar o facto da CP ter manifestado o seu desacordo em relação à IP pelo facto desta última ter removido os Aparelhos de Mudança de Via (AMV's - vulgarmente conhecidos por agulhas) das estações de Albergaria-a-Velha e Pinheiro da Bemposta, o que condiciona fortemente a operacionalidade ferroviária do troço central da linha.
Para fechar a conferência, houve ainda espaço para uma sessão de perguntas e respostas, na qual Nuno Freitas voltou a ser acertivo quanto à impossibilidade de se transformar a Linha do Vouga numa via em bitola ibérica. Em representação do MCLV, Bruno Soares solicitou a Paulo Melo para que apontasse uma data para o início das obras do troço central e questionou, ainda, Joaquim Guerra sobre a possibilidade da criação de um serviço de "regionais rápidos", que fizessem paragens apenas nas estações principais da Linha do Vouga. Quanto à primeira questão, Paulo Melo não deu uma data concreta, mas acredita que as tão aguardadas obras possam ter início entre abril e maio. Quanto à segunda questão, Joaquim Guerra argumentou que a CP prefere a implementação de horários cadenciados, o que na sua perspectiva é impeditivo para a existência de serviços rápidos.
Vídeo da conferência:
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