segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Resumo da segunda conferência: CP defende bitola métrica!


Na passada quarta-feira, 22 de Fevereiro, o Movimento Cívico pela Linha do Vouga esteve presente na conferência "A Linha do Vouga - Que futuro?", desta vez promovida pela Câmara Municipal de São João da Madeira e que teve lugar no Museu da Chapelaria. O certame voltou a contar com a presença dos oradores Nuno Freitas e Paulo Melo, sendo que Joaquim Guerra, vogal da administração da CP, foi o novo elemento convidado para dar a conhecer a perspectiva da operadora ferroviária quanto à discussão pública do Plano Ferroviário Nacional. Alberto Aroso terá declinado o convite para estar presente, justificando-se pelo facto de já ter mostrado a sua opinião no debate promovido pelo jornal "O Regional". O Eng. Nuno Freitas replicou a apresentação que já tinha feito na conferência realizada no Europarque, adiantando apenas que já existiram conversações com Frederico Francisco, atual secretário de estado do ministério das infraestruturas, no sentido de se retificar o PFN, para que passe a incluir a construção da gare intermodal da Linha do Vouga com a nova linha de Alta Velocidade, na zona de Santa Maria da Feira. 


O Eng. Paulo Melo, que também já tinha estado presente na conferência do passado dia 2 de Fevereiro, usou a mesma "tática" de Nuno Freitas e replicou quase na íntegra a sua apresentação, sendo importante ressalvar o facto de ter acrescentado alguns dados relativos aos utilizadores da Linha do Vouga. Recorrendo a dados de um estudo realizado, em 2017, pela Área Metropolitana do Porto, Paulo Melo mostrou que entre 60 a 80% dos passageiros de Oliveira de Azeméis, São João da Madeira, Santa Maria da Feira e Espinho que utilizaram esta linha, realizaram apenas deslocações intramunicipais, ou seja, a maioria dos passageiros utilizou o comboio para curtas deslocações, dentro dos próprios concelhos. Paulo Melo voltou a clarificar, ainda, que dos 120 milhões de euros previstos para a requalificação da totalidade da Linha do Vouga, 77 milhões são para a sua eletrificação e alertou que apenas os comboios Alfa Pendular serão deslocados para a nova linha de Alta Velocidade, com o objetivo de aumentar a capacidade da Linha do Norte para mais circulações de comboios de mercadorias.

 



Até à data desta conferência, a CP ainda não tinha mostrado a sua visão quanto à discussão do Plano Ferroviário Nacional e coube essa missão a Joaquim Guerra. O MCLV estava expectante quanto às ideias do novo orador, mas o vogal do conselho da administração da operadora ferroviária também juntou-se a Nuno Freitas e Paulo Melo na luta pela requalificação da linha com a manutenção da bitola métrica, mostrando que a empresa pública está perfeitamente confortável com a continuidade da exploração ferroviária sem alteração da bitola. Em termos de novidades que pudemos constatar a partir da apresentação de Joaquim Guerra, destacamos o possível prolongamento da linha, em via algaliada, até à Praia da Barra, com o possível aproveitamento do já existente ramal do Porto de Aveiro. Relativamente ao reposicionamento de estações e apeadeiros para locais mais próximos a zonas habitacionais e industriais, Joaquim Guerra aproveitou para mostrar aqueles que a CP tenciona que sejam criados e aqueles que possivelmente serão relocalizados. Por fim, de salientar o facto da CP ter manifestado o seu desacordo em relação à IP pelo facto desta última ter removido os Aparelhos de Mudança de Via (AMV's - vulgarmente conhecidos por agulhas) das estações de Albergaria-a-Velha e Pinheiro da Bemposta, o que condiciona fortemente a operacionalidade ferroviária do troço central da linha. 




Para fechar a conferência, houve ainda espaço para uma sessão de perguntas e respostas, na qual Nuno Freitas voltou a ser acertivo quanto à impossibilidade de se transformar a Linha do Vouga numa via em bitola ibérica. Em representação do MCLV, Bruno Soares solicitou a Paulo Melo para que apontasse uma data para o início das obras do troço central e questionou, ainda, Joaquim Guerra sobre a possibilidade da criação de um serviço de "regionais rápidos", que fizessem paragens apenas nas estações principais da Linha do Vouga. Quanto à primeira questão, Paulo Melo não deu uma data concreta, mas acredita que as tão aguardadas obras possam ter início entre abril e maio. Quanto à segunda questão, Joaquim Guerra argumentou que a CP prefere a implementação de horários cadenciados, o que na sua perspectiva é impeditivo para a existência de serviços rápidos.





Vídeo da conferência:

https://youtu.be/yzdhh-sf15w


0 comments:

Enviar um comentário

Contacto

Fale connosco

Quer juntar-se ao movimento? Tem documentos interessantes, tais como vídeos, fotografias, postais (etc.), que gostaria de partilhar connosco? Então contacte-nos!

Endereço:

Não definido.

Disponibilidade:

Segunda a sexta entre as 17h30 e 22h30

Telefone:

Não definido.