"Estamos na luta pela Linha do Vouga. Todos nós sonhamos com algo e todos nós ambicionamos algo. Aquilo com que sonhamos e com que ambicionamos é que a via estreita tenha um futuro e não um fim. Queremos que preservem a última linha de via estreita do país, que a renovem, que lhe "limpem a cara". Não queremos que a eliminem pois faz parte da nossa história. Queremos que os nossos filhos, netos e bisnetos, possam, no futuro, desfrutar das mesmas aventuras que todos nós (ainda) podemos desfrutar. A história da Linha do Vouga é algo que tem de ser preservado, pois um país que não preserve a sua história, não é um país. A via tem um potencial turístico enorme, assim como uma afluência de passageiros que consideramos sustentável caso a oferta de comboios seja melhorada. Em Espanha, encontram-se alguns exemplos de como a via estreita pode ser rentável no século XXI, basta para isso algum dinamismo e vontade política para que isso aconteça de igual modo em Portugal."
É no dia em que a Linha do Vouga completa os seus 116 anos (23 de novembro) que se iniciará oficialmenfe mais uma edição de Natal do Comboio Histórico do Vouga, que circulará todos os sábados, até 4 de janeiro, entre Aveiro e Macinhata do Vouga.
Uma semana antes, no dia 16, a histórica composição voltará aos carris para uma viagem especial entre Águeda e Macinhata do Vouga, a qual servirá para a apresentação do serviço e será destinada apenas a convidados.
Créditos da imagem: Facebook Freguesia de Macinhata do Vouga
Apesar da ligeira subida do preço dos bilhetes comparativamente ao ano passado, estamos confiantes que esta edição voltará a ser um sucesso. A venda dos bilhetes já se encontra disponível na seguinte ligação:
A locomotiva a vapor Borsig CP E123 (ex. VV 3.13) voltou finalmente para o seu pedestal junto ao Museu Ferroviário de Macinhata do Vouga!
Os trabalhos decorreram durante a tarde de hoje, para gáudio de muitos entusiastas e curiosos que puderam assistir "in loco". A velha locomotiva regressou, assim, a casa após ter sido alvo de um restauro estético nas oficinas dos comboios históricos, em Contumil. Entretanto, o presidente da autarquia de Águeda, Jorge Almeida, já informou que em breve será ali criada uma infraestrutura que permitirá mitigar os efeitos adversos inerentes ao clima.
O MCLV enaltece uma vez mais o esforço, o trabalho e a dedicação de todos aqueles que puderam tornar este dia possível, nomeadamente, ao Município de Águeda, na pessoa do seu presidente Jorge Almeida; à Freguesia Macinhata do Vouga, na pessoa do seu presidente Pedro Marques, e à equipa de restauro e manutenção de comboios históricos da CP - Comboios de Portugal, na pessoa do seu representante, o Eng. Carlos Machado.
Um agradecimento em especial a Pedro Marques, que teve a amabilidade de nos brindar com espumante da Bairrada e pastéis de Águeda.
A última vez que a composição turística "saiu à rua" foi a 28 de março deste ano, para uma viagem especial a cargo da CIRA. Foto: Bruno Soares
Escreve o semanário "Soberania do Povo" que "o comboio histórico do Vouga vai funcionar a partir deste sábado (dia 13) com viagens aos sábados até final de agosto. A confirmação surgiu esta segunda-feira, já depois de Luis Pinho (PS) ter questionado o presidente da Câmara (de Águeda) na reunião do executivo municipal de quinta-feira: “Contra as perspectivas, não está ainda em funcionamento e os bilhetes não foram ainda colocados à venda pela CP”."
O jornal refere ainda que "desta vez, a causa das viagens apenas esta segunda-feira terem sido confirmadas, e da venda de bilhetes online funcionar tão em cima da primeira viagem, terá sido a greve convocada por um sindicato de trabalhadores da CP, cujo aviso incluiu os comboios históricos e outros serviços".
Em condições normais e à semelhança do que já acontece com o Comboio Histórico do Douro, a temporada de verão do Comboio Histórico do Vouga já deveria estar a decorrer, mas este ano ainda não há sequer a garantia que possa voltar aos carris.
Preocupados com a situação, decidimos contactar a CP para obter respostas, a qual, sem dar qualquer tipo de garantias, apenas confirmou que está a "enveredar todos os esforços" para que a composição turística ainda possa circular em julho e agosto.
Comboio Histórico do Vouga junto às oficinas de Sernada do Vouga, em 2021. Fotos: Bruno Soares
Infelizmente e apesar do sucesso das edições anteriores, este é mais um sinal de que o projeto poderá encontrar-se em declínio, de resto, facto para o qual já tínhamos chamado à atenção há uns meses (ver artigo).
Ainda que o tenha feito de uma forma um pouco tímida e apesar do mau tempo, o Comboio Histório voltou hoje aos carris para a anunciar que a Linha do Vouga, ou pelo menos parte dela, será eletrificada.
Segundo a Rádio Terranova, e aproveitando a cerimónia para anúncio da ampliação do Museu Ferroviário de Macinhata do Vouga, "as autarquias da Região de Aveiro assinaram o Contrato para o Desenvolvimento e Coesão Territorial 2030 que prevê verbas que poderão ir de 90 a 140 milhões de euros."
Este meio de comunicação adianta ainda que "o programa prevê 40 milhões para a eletrificação da Linha do Vouga", o que pelas nossas contas, apenas terá em consideração o chamado Ramal de Aveiro, que liga Sernada do Vouga a Aveiro. O presidente do Município de Águeda, Jorge Almeida, terá aproveitado a cerimónia na estação e a bordo do comboio histórico "para acentuar a importância da via férrea".
Relembramos que esta terá sido um curta aparição do Comboio Histórico, já que não haverá viagens para o público durante esta Páscoa.
Comboio Histórico do Vouga em Sernada do Vouga. Foto: Leandro Ferreira
Ao longo dos últimos sete anos, o Comboio Histórico do Vouga transformou-se num verdadeiro ícone do turismo ferroviário nacional, alcançado mesmo reconhecimento internacional. Com temporadas (quase) regulares no Verão e em algumas épocas festivas, tais como o Natal, o Carnaval e a Páscoa, a senda do sucesso deste produto turístico apenas foi interrompida no auge da pandemia provocada pelo Covid-19.
Aquando da sua estreita, em 2017, o Comboio Histórico era composto apenas pela locomotiva diesel Alsthom CP9004 e três carruagens dos primeiros anos do século XX. Nos anos seguintes, e à medida que iam sendo recuperadas nas oficinas da CP, foram adicionadas outras carruagens, das quais destacamos as napolitanas dos anos 30, que se encontravam abandonadas na estação do Tua. Nos finais de 2019, a recuperação da locomotiva a vapor Henschel & Sohn CP E214 foi a cereja no topo do bolo para um projeto que ia recebendo cada vez mais adesão por parte do público.
Alavancada pelo sucesso da exploração turística da Linha do Vouga, a CP iniciou um processo de resgate e recuperação de material circulante com elevado valor histórico, algum dele abandonado em barracões das antigas vias estreitas do norte do país, tais como as automotoras Nohab que se encontravam na Livração. As duas automotoras Allan que se encontravam em Sernada do Vouga também seguiram para restauro, assim como a locomotiva diesel Alsthom CP 9005. Algum deste material já se encontra totalmente recuperado em Contumil, no entanto nunca chegou a ser transferido para a Linha do Vouga. A justificação, segundo fonte da CP, é a falta de capacidade das cocheiras de Sernada do Vouga para resguardar mais material histórico, visto já se encontrarem lotadas. A solução poderá passar pela futura ampliação do Museu Ferroviário de Macinhata do Vouga, mas provavelmente levará anos até que esse projeto esteja concluído.
No ano passado, a CP chegou a anunciar a intenção em ter um calendário definido para as viagens turísticas na Linha do Vouga, no entanto, tais ambições parecem agora começar a desmoronarem-se como um baralho de cartas... Nos últimos meses de 2023, foi detectada uma grave avaria na caldeira da locomotiva a vapor CP E214, tornando-a inoperacional, e sabe o MCLV que só com grande resiliência por parte do pessoal da manutenção da CP é que foi possível a realização da última temporada de Natal do Comboio Histórico, desta vez com recurso à locomotiva a diesel.
Se no presente ano, a não realização da temporada de Carnaval já foi motivo de preocupação, a não realização da temporada de Páscoa faz soar todos os alarmes. Tal facto levou o MCLV a procurar explicações junto de uma fonte da CP, a qual acabou por nos confirmar que não irá haver temporada de Páscoa, argumentando falta de condições. O MCLV sabe também que a CP está a ter problemas em reunir as condições necessárias para avançar com a reparação da caldeira da locomotiva a vapor. Os custos dessa reparação são extremamente avultados, e segundo consta, está a ser difícil encontrar uma resposta junto da indústria nacional. A solução poderá mesmo passar pela aquisição de uma nova caldeira no estrangeiro, no entanto esse processo será moroso. Em alternativa, a CP poderá optar pela recuperação de uma outra locomotiva, tendo em vista a sua readaptação para a queima de gasóleo, à semelhança do que já acontece com a locomotiva CP 0186 e que é utilizada no Comboio Histórico do Douro.
Infelizmente, tendo em conta todos estes dados, estamos convictos de que se nada for feito em contrário, o projeto "Comboio Histórico do Vouga" corre sérios riscos de ter os dias contados. Reconhecemos o empenho, a bravura e até a paixão que o Município de Águeda e a equipa de Manutenção/Comboios Históricos da CP têm demonstrado ao longo dos tempos para manter este projeto sobre carris, mas neste momento está claro que isso já não é suficiente. Há que trazer mais entidades para este projeto, sejam elas empresariais ou da sociedade civil, envolvendo todas as autarquias servidas pela linha. A verdade é que será bastante embaraçoso para a região de Aveiro não apresentar um dos seus maiores produtos turísticos num ano em que a sua capital de distrito é também a capital portuguesa da Cultura. Por tudo isto e muito mais, aqui deixamos o nosso apelo aos municípios de Espinho, Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha, Águeda e Aveiro: Salvem o Comboio Histórico do Vouga!
Quis o destino que o ano em que a Linha do Vouga completa o seu 115° aniversário coincidisse com a celebração do centenário da locomotiva a vapor Henschel & Sohn CP E214. Desse modo, e no sentido de lhes prestar homenagem, compilamos algumas filmagens, nas quais é possível observar, entre outras, a recriação histórica da inauguração da Linha do Vouga, efetuada aquando das celebrações do seu centenário. Podemos observar, ainda, a velha locomotiva em ação, numa das suas campanhas em serviço turístico, visto que é agora a principal "jóia da coroa" do Comboio Histórico do Vouga. Daqui para a frente, é nosso desejo que a Linha do Vouga seja requalificada de forma célere em toda a sua extensão e que a locomotiva seja recuperada de modo a voltar aos carris, pois neste momento, como o MCLV já deu conta, esta encontra-se inoperacional devido a uma grave avaria.
Locomotiva a vapor Henschel & Sohn CP E214. Foto da autoria de Bruno Soares.
O podcast "Sobre Carris" já tinha dado conta dessa possibilidade, mas agora uma notícia do jornal Público vem dar-lhe ainda mais ênfase: Comboio Histórico do Vouga a vapor volta em novembro "numa experiência melhorada". Quem o disse foi o próprio presidente da CP, Pedro Moreira, "falando aos jornalistas na Régua no dia 27 de Setembro à margem de um seminário subordinado ao tema “O turismo na procura pela sustentabilidade e inovação em espaços rurais”." Segundo o artigo, "a empresa pretende fixar a oferta durante dois meses e meio por ano, entre Novembro e 15 de Janeiro." Estas são óptimas novidades, logo ainda no mês em que a locomotiva a vapor Henschel & Sohn CP E214 celebra o seu centenário. No próximo mês, a Linha do Vouga completa 115 anos de existência.
Eis algumas das primeiras imagens do regresso do vapor à Linha do Vouga, captadas entre os dias 28 e 29 de Novembro, do presente ano. A protagonista do vídeo é a locomotiva CP E214, que foi fabricada pela empresa alemã Henschel & Sohn, em 1923, e veio para Portugal como parte das compensações alemãs após a Primeira Guerra Mundial. Em 2019, regressará ao activo para fazer parte do Comboio Histórico do Vouga!
O título bem que poderia ser de um daqueles programas de domingo à noite e não é caso para menos. Tal como acontece nesses reality shows, também na Linha do Vouga se instalou a polémica. Para os que têm andado mais distraídos, vamos por partes para que compreenda melhor esta "novela".
Comecemos por recuar ao fatídico mês de Junho de 2017, no qual a locomotiva a vapor CP E214, depois de uma revisão nas oficinas de Contumil, fora dada como apta para realizar circulações. Inclusive, esteve prestes a ser transferida para a Linha do Vouga, mas daquilo que se constou nessa época, terá sido por ordens da Protecção Civil que acabara por ficar retida no Porto. Um cenário perfeitamente compreensível, dado que Portugal tinha assistido a uma das suas maiores tragédias, nomeadamente, o incêndio de Pedrogão Grande, que causara imensas vítimas mortais. O assunto fica praticamente esquecido, embora se continuasse a falar na possibilidade da locomotiva poder vir a fazer viagens durante o inverno.
No dia 7 de Março do presente ano, eis que uma nova esperança renasce quando o site informativo "Notícias de Aveiro" dá conta da possibilidade de o Comboio Histórico do Vouga poder contar com a locomotiva a vapor para viagens especiais já no próximo mês de Abril. Em nota informativa, esta página dá conta que terá sido o próprio presidente da Câmara Municipal de Águeda, Dr. Jorge Almeida, que o terá confirmado em assembleia.
Parecia estar tudo bem encaminhado para o regresso do vapor à Linha do Vouga, já que poucos dias depois, mais concretamente no dia 11 de Março, se deu início ao curso de maquinistas para a respectiva locomotiva, nas oficinas de Contumil. O entusiasmo em torno destas novidades torna-se ainda maior quando, no dia 13 de Março, o presidente aguedense desfaz todas as dúvidas ao divulgar, na sua página pessoal de facebook, um cartaz no qual se anunciam viagens especiais para Abril, com a locomotiva CP E214!
Na semana seguinte, no dia 21 de Março, era previsto que uma composição especial chegasse, ao início da tarde, a Aveiro, com a velha locomotiva e dois vagões especiais (vagão cisterna e vagão "bombeiro"), dos quais falaremos mais à frente. No entanto, este comboio acabou por ser suprimido, ao que tudo indica, praticamente em cima do sinal de partida, por motivos que nos eram desconhecidos. Para nosso lamento, parecia estar a repetir-se, assim, um cenário que já tínhamos observado há dois anos atrás. É de salientar que, na mesma tarde, seria, do nosso ponto de vista, expectável que a locomotiva Alshtom 9004 estivesse no terminal de Aveiro à espera da chegada da locomotiva a vapor, para a poder retirar do vagão de transporte. Coincidência ou não, a 9004 não estava lá. Embora a sua rebocagem, em direção a Sernada do Vouga, estivesse apenas programada para a tarde do dia seguinte, custa-nos acreditar que a E214 ficasse ao relento durante a noite.
De sublinhar que, na mesma tarde, Pedro Banhudo, da direcção de exploração da CP da Unidade Longo Curso e Regional (Norte e Vouga), dá conta que não estavam previstas quaisquer viagens com a locomotiva a vapor. Para além disso, o curso de maquinistas também fora suspenso. Contudo, no dia seguinte, tudo parecia apontar para um mal entendido, pois sabemos que o curso fora reaberto. No dito popular, foi "sol de pouco dura" já que, ao final desse mesmo dia, o curso é novamente cancelado! Nas redes sociais, corria o boato que teria sido uma vez mais a Protecção Civil a impedir a transferência. Uma coisa é certa: sabíamos que a locomotiva a vapor estava num impasse e que, por experiências anteriores, o mais certo era que tudo tivesse sido cancelado. E assim foi...
Sem que tenha havido qualquer nota oficial, quer da parte da Câmara Municipal de Águeda, quer da própria CP, durante a noite do dia 22 de Março, o jornal "Público" divulga aquilo que já se perspectivava: as viagens haviam sido canceladas! Na notícia, o presidente Dr. Jorge Almeida afirmara que o cartaz divulgado fora feito em conjunto com a CP e estava aprovado; já a CP disse que viagens estavam pendentes de confirmação. No jogo da troca de palavras contraditórias, facilmente se percebe quem são os reais prejudicados: o consumidor final e a credibilidade turística, quer do distrito de Aveiro, quer da Linha do Vouga.
O risco de incêndio acabou por ser, uma vez mais, o motivo do impedimento da transferência da locomotiva para as instalações da Linha do Vouga. Embora não haja provas concretas de que as locomotivas movidas a carvão sejam reais focos incendiários, estamos perfeitamente conscientes que o risco é real, dadas as perspectivas de tempo seco para os próximos meses, e que nestas condições mais vale prevenir que remediar. No entanto, não podemos ficar indiferentes a alguns aspectos que não foram totalmente esclarecidos nem divulgados pela imprensa. Primeiro, tal como se pode comprovar pelas fotos que aqui divulgamos juntamente com esta publicação, foram criados meios excepcionais para que se pudessem minimizar os riscos de incêndio. Ao que conseguimos apurar, foi criado um vagão cisterna que acompanharia a locomotiva de forma a regar a linha durante o seu trajecto. Para além disso, uma dresine (comboio de inspecção e via) circularia com um atraso de cerca de 10 minutos em relação à locomotiva e rebocaria um vagão "bombeiro", composto com dois bidões com capacidade para 2 mil litros de água e uma moto-bomba, e no qual seguiriam dois bombeiros a bordo. A questão que se coloca neste momento é a seguinte: se para a CP as viagens anunciadas para Abril não estavam previstas/confirmadas, então porque razão se preocuparam em criar meios de segurança e, posteriormente, em elaborar a composição que transportaria todos estes equipamentos de via estreita para Aveiro?
Outro aspecto que questionamos e que continua, também, a ser incompreensível, é o facto de que apesar de não haver autorização momentânea para a circulação da locomotiva CP E214, porque continua teimosamente a permanecer fechada nas oficinas de Contumil? Do nosso ponto de vista, existem outras alternativas para rentabilizar o estado funcional da locomotiva. Como várias pessoas já sugeriram aqui na página do nosso "movimento", a locomotiva poderia ser acesa em Sernada do Vouga e, por exemplo, os turistas que usufruíssem do comboio histórico a diesel poderiam ser reconduzidos até à primeira por forma a poderem tirar fotos, etc. Ou então, numa perspectiva de museu vivo, a locomotiva poderia fazer viagens mais curtas, entre o Núcleo Museológico de Macinhata do Vouga e o parque oficinal de Sernada do Vouga. Temos clara convicção de que para as nossas ambições se concretizarem basta que haja vontade fervorosa por parte de quem tem a real capacidade de mudar este cenário, pois temos igual convicção de que não falta quem queira andar na locomotiva!
De facto, não foi para nenhum tipo de comemorações do aniversário desta linha centenária mas o motivo não deixou de ser importante, embora menos interessante daquilo que perspectivamos inicialmente. No entanto, na busca por informações quanto a este "estranho" acontecimento, acabamos por deparar-nos com algumas situações que nos causaram extrema preocupação. Eis algumas explicações:
1) Na passada quarta-feira, dia 29 de Novembro de 2017, o Comboio Histórico do Vouga (na sua totalidade: locomotiva Alsthom + 3 carruagens) partiu de Sernada do Vouga com destino a São João da Madeira para rebocar, de volta a Sernada, o antigo vagão tremonha do Caminho de Ferro Mineiro do Lena que por lá se encontrava, em avançado estado de degradação, e que, devido ao seu valor histórico, fora solicitado pelo Museu Nacional Ferroviário;
2) Até este ponto, tudo normal não fosse este "resgate" coincidir numa altura em que é divulgado um comunicado por parte da Infraestruturas de Portugal (ex-Refer) onde solicitam (e passamos a transcrever) a "aquisição de serviços para a 'elaboração do projecto para a construção do posto de manutenção oficinal (PMO) e posto de abastecimento no troço Espinho-Oliveira de Azeméis na Linha do Vouga". Ora, estando actualmente o troço Sernada do Vouga-Oliveira de Azeméis activo apenas para que as automotoras se possam deslocar ao posto de manutenção e abastecimento de Sernada (a uma estonteante velocidade máxima de 10 km/h devido ao avançado estado de degradação da via), pode significar este comunicado que o fim deste troço está para breve. O resgate do vagão pode (ou não) vir a dar ainda mais ênfase a esta possibilidade.
3) O Movimento Cívico pela Linha do Vouga sempre defendeu e sempre defenderá a preservação da totalidade desta linha (a par de um pequeno troço da Linha do Tua) única em Portugal e que por si só merece todo o nosso respeito e cuidado para memória futura. Igualmente, defendemos a modernização (electrificação, correcção de traçado, relocalização de apeadeiros e aquisição de novas automotoras) desde que a bitola da mesma (1000mm) seja preservada! Até porque só assim esta linha poderá continuar a ter, para além do interesse comercial, o interesse turístico. O troço que agora se encontra ameaçado, sofreu, no ano de 2011, um investimento de cerca de 5 milhões de euros para supressão e automatização de passagens de nível. A via propriamente dita, não sofreu qualquer beneficiação, pelo que um descarrilamento ocorrido no ano de 2013 acabou por ditar o fim do serviço comercial por via do comboio. Desde aí, a linha continuou ao abandono! Já passaram quatro anos... Sendo ainda cedo para nos alongarmos nesta temática, deixamos apenas a questão que nos urge colocar: o valor que poderá custar a construção de um novo posto de manutenção e abastecimento não seria suficiente para a recuperação da totalidade do troço Sernada do Vouga-Oliveira de Azeméis, colocando o comboio de novo sobre carris?
Gostaríamos que quem de direito deixasse algumas respostas pois nós e todos aqueles que utilizam esporádica ou diariamente esta linha são merecedores das mesmas!
Um dos nossos sonhos, um dos nossos "projectos" que levaram à criação deste Movimento, um dos nossos objectivos e uma das nossas intenções para a sobrevivência da via estreita em Portugal, e neste caso em concreto, da Linha do Vouga, vai ser cumprido! O Comboio Histórico do Vouga é uma realidade e estará ao alcance de todos a partir de Julho.
No entanto, como seria previsível ao longo deste processo, nem tudo são boas notícias. Nas últimas semanas, o executivo da câmara municipal de Águeda divulgou os horários e preços para esta nova oferta turística, que mais tarde vieram a ser confirmados pela própria CP- Comboios de Portugal. É precisamente o preço que faz manchete no campo das notícias menos boas. Várias pessoas têm demonstrado o seu descontentamento pelos preços "proibitivos" deste comboio histórico (29,50 euros para adulto e 16 euros para criança).
Chegamos, portanto, a uma fase em que o nosso Movimento têm de assumir uma posição que permita dar vóz a todos os quanto se demonstraram desiludidos pelos preços anunciados. Se olharmos para a história da via estreita e os princípios da sua utilização, verificamos que existe um contra-senso muito grande quando nos dias de hoje se tenta transformar um comboio histórico de via estreita num produto "gourmet". De facto, este comboio histórico está, por enquanto, muito longe daquilo que idealizamos para a Linha do Vouga.
Este ou qualquer outro comboio de carácter turístico que fizesse serviço nesta linha deveria ser virado para as massas e não apenas para quem tem "massa"! Efectivamente, não temos dados que nos permitam calcular os custos operacionais deste serviço nos moldes actuais, mas estamos convictos que não se deve ou não se tem de obter o retorno, quase que à força, do investimento que foi feito logo no ano de estreia. Ora, na nossa opinião e sendo este o ano zero do Comboio Histórico do Vouga, os preços deviam ser mais apelativos (por exemplo 20 euros adulto, 10 euros criança) de forma a captar a atenção de quem pretendesse viajar em família ou até mesmo de instituições públicas como escolas ou lares da terceira idade. Lamentamos de igual modo que, neste momento, o Comboio Histórico do Vouga seja visto, de certa forma, como mais um aperitivo para quem pretende viajar... no Comboio Histórico do Douro.
Apesar de discordarmos dos preços que serão praticados nesta fase inicial, o comboio histórico continuará a ser promovido e apoiado por este Movimento, pois queremos imenso que obtenha sucesso. Temos a perfeita noção que está na mão de todos nós contribuir para que este serviço seja um sucesso e se repita em anos futuros. Como tal, deixamos aqui mais um excelente vídeo para "aguçar a boca" de todos aqueles que estão "sedentos" por viajar no "novo Vouguinha".
O dia 5 de Maio de 2017 ficará, certamente, na memória de todos aqueles que gostam e que são entusiastas da via férrea portuguesa, nomeadamente, da Linha do Vouga. Este foi o dia em que chegou à "nossa" linha a locomotiva que fará parte do comboio histórico que começará a circular em julho deste mesmo ano.
A locomotiva CP Alsthom 9004, chegou a Aveiro por volta das 15 horas, tendo já efectuado a viagem entre essa localidade e Sernada do Vouga, onde terá chegado cerca das 16h30. Esse destino final coincide com o local onde ficará resguardada.
Com a chegada da locomotiva, a CP iniciará uma plano de formação de maquinistas para efectuarem este serviço turístico. Relembramos que dia 20 deste mês, o comboio histórico já terá de estar operacional, uma vez que será efectuada a primeira viagem, exclusiva apenas a convidados.
Ainda não é oficial mas, segundo algumas fontes, consta que a partir do dia 1 de julho a composição histórica irá circular aos sábados, entre Aveiro e Macinhata do Vouga, com o seguinte horário:
Aveiro 13h40 - Macinhata 15h08
Macinhata 16h25 - Aveiro 19h08
A partir de julho, é a altura de começarmos, portanto, duas campanhas: Uma pela promoção do comboio (e da região); outra pela utilização da locomotiva a vapor CP E-214, que faz parte deste comboio.
Importa sublinhar que a CP ensaia, desta forma, uma segunda versão do conceito já utilizado na Linha do Douro, desta vez numa região onde o aproveitamento turístico tem sido sobejamente negligenciado. Por esse mesmo facto, queremos aplaudir e parabenizar a coragem desta companhia ferroviária, que poderá contar com todo o nosso apoio para a realização deste tipo de actividades.
Pode marcar na sua agenda! O comboio histórico arranca a 20 de maio, numa viagem exclusiva a convidados da operadora. No dia 1 de julho arrancam as viagens para o público em geral.
Ao que tudo indica, a viagem inaugural será feita entre Aveiro e Águeda, o que deixa na dúvida se o trajecto turístico também contempla Sernada do Vouga.
Certo é que as viagens serão efectuadas com recurso à locomotiva diesel CP Alsthom 9004 e três carruagens do início do século XX, durante todo o verão, entre julho e setembro. Se ainda vai marcar as suas férias, este será certamente um óptimo plano.
Já conhece o futuro comboio histórico da Linha do Vouga? Não? Então deixamos-lhe aqui um "cheirinho"daquilo que poderá ver e usufruir já no verão de 2017. Nas imagens, datadas do ano de 2006, podemos observar a locomotiva diesel CP Alsthom 9004 a rebocar a carruagem histórica CEYF 466. Estas manobras decorreram entre o posto de manutenção (da extinta Linha do Corgo) e a estação da Régua.
Agora é mesmo verdade! A Linha do Vouga terá, finalmente, exploração turística já no próximo ano. O comboio histórico será o mesmo que já foi utilizado para essa finalidade na Linha do Corgo e que se encontrava inactivo na estação da Régua. Mais informações, brevemente!
São já 15 os quilómetros que se encontram renovados no troço central da Linha do Vouga. Após quase sete meses, os trabalhos de renovação int...
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Centenário
(...) não é só o critério económico (que conta), é o critério histórico, é o serviço às populações e é, sobretudo, o critério turístico.
-Mário Soares, ex-presidente da república, 1987
"Para além de cada túnel há sempre uma aguarela soberba."
-Ferreira de Castro, escritor, 1928
"Uma das mais românticas viagens de Portugal (...). A linha de via estreita, de perfil tipicamente de montanha, cortava áreas de floresta, mas também entrando por quintinhas e quintais, permitindo uma experiência sensorial absolutamente encantadora."
-Ricardo Grilo, comentador Eurosport, 2015
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