Comboio Histórico do Vouga em Sernada do Vouga. Foto: Leandro Ferreira |
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sexta-feira, 22 de março de 2024
Ao longo dos últimos sete anos, o Comboio Histórico do Vouga transformou-se num verdadeiro ícone do turismo ferroviário nacional, alcançado mesmo reconhecimento internacional. Com temporadas (quase) regulares no Verão e em algumas épocas festivas, tais como o Natal, o Carnaval e a Páscoa, a senda do sucesso deste produto turístico apenas foi interrompida no auge da pandemia provocada pelo Covid-19.
Aquando da sua estreita, em 2017, o Comboio Histórico era composto apenas pela locomotiva diesel Alsthom CP9004 e três carruagens dos primeiros anos do século XX. Nos anos seguintes, e à medida que iam sendo recuperadas nas oficinas da CP, foram adicionadas outras carruagens, das quais destacamos as napolitanas dos anos 30, que se encontravam abandonadas na estação do Tua. Nos finais de 2019, a recuperação da locomotiva a vapor Henschel & Sohn CP E214 foi a cereja no topo do bolo para um projeto que ia recebendo cada vez mais adesão por parte do público.
Alavancada pelo sucesso da exploração turística da Linha do Vouga, a CP iniciou um processo de resgate e recuperação de material circulante com elevado valor histórico, algum dele abandonado em barracões das antigas vias estreitas do norte do país, tais como as automotoras Nohab que se encontravam na Livração. As duas automotoras Allan que se encontravam em Sernada do Vouga também seguiram para restauro, assim como a locomotiva diesel Alsthom CP 9005. Algum deste material já se encontra totalmente recuperado em Contumil, no entanto nunca chegou a ser transferido para a Linha do Vouga. A justificação, segundo fonte da CP, é a falta de capacidade das cocheiras de Sernada do Vouga para resguardar mais material histórico, visto já se encontrarem lotadas. A solução poderá passar pela futura ampliação do Museu Ferroviário de Macinhata do Vouga, mas provavelmente levará anos até que esse projeto esteja concluído.
No ano passado, a CP chegou a anunciar a intenção em ter um calendário definido para as viagens turísticas na Linha do Vouga, no entanto, tais ambições parecem agora começar a desmoronarem-se como um baralho de cartas... Nos últimos meses de 2023, foi detectada uma grave avaria na caldeira da locomotiva a vapor CP E214, tornando-a inoperacional, e sabe o MCLV que só com grande resiliência por parte do pessoal da manutenção da CP é que foi possível a realização da última temporada de Natal do Comboio Histórico, desta vez com recurso à locomotiva a diesel.
Se no presente ano, a não realização da temporada de Carnaval já foi motivo de preocupação, a não realização da temporada de Páscoa faz soar todos os alarmes. Tal facto levou o MCLV a procurar explicações junto de uma fonte da CP, a qual acabou por nos confirmar que não irá haver temporada de Páscoa, argumentando falta de condições. O MCLV sabe também que a CP está a ter problemas em reunir as condições necessárias para avançar com a reparação da caldeira da locomotiva a vapor. Os custos dessa reparação são extremamente avultados, e segundo consta, está a ser difícil encontrar uma resposta junto da indústria nacional. A solução poderá mesmo passar pela aquisição de uma nova caldeira no estrangeiro, no entanto esse processo será moroso. Em alternativa, a CP poderá optar pela recuperação de uma outra locomotiva, tendo em vista a sua readaptação para a queima de gasóleo, à semelhança do que já acontece com a locomotiva CP 0186 e que é utilizada no Comboio Histórico do Douro.
Infelizmente, tendo em conta todos estes dados, estamos convictos de que se nada for feito em contrário, o projeto "Comboio Histórico do Vouga" corre sérios riscos de ter os dias contados. Reconhecemos o empenho, a bravura e até a paixão que o Município de Águeda e a equipa de Manutenção/Comboios Históricos da CP têm demonstrado ao longo dos tempos para manter este projeto sobre carris, mas neste momento está claro que isso já não é suficiente. Há que trazer mais entidades para este projeto, sejam elas empresariais ou da sociedade civil, envolvendo todas as autarquias servidas pela linha. A verdade é que será bastante embaraçoso para a região de Aveiro não apresentar um dos seus maiores produtos turísticos num ano em que a sua capital de distrito é também a capital portuguesa da Cultura. Por tudo isto e muito mais, aqui deixamos o nosso apelo aos municípios de Espinho, Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha, Águeda e Aveiro: Salvem o Comboio Histórico do Vouga!
MCLV, 22 de março de 2024
domingo, 7 de maio de 2017
O dia 5 de Maio de 2017 ficará, certamente, na memória de todos aqueles que gostam e que são entusiastas da via férrea portuguesa, nomeadamente, da Linha do Vouga. Este foi o dia em que chegou à "nossa" linha a locomotiva que fará parte do comboio histórico que começará a circular em julho deste mesmo ano.
A locomotiva CP Alsthom 9004, chegou a Aveiro por volta das 15 horas, tendo já efectuado a viagem entre essa localidade e Sernada do Vouga, onde terá chegado cerca das 16h30. Esse destino final coincide com o local onde ficará resguardada.
Com a chegada da locomotiva, a CP iniciará uma plano de formação de maquinistas para efectuarem este serviço turístico. Relembramos que dia 20 deste mês, o comboio histórico já terá de estar operacional, uma vez que será efectuada a primeira viagem, exclusiva apenas a convidados.
Fotos: Eduardo Guardão
sábado, 22 de abril de 2017
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
Já conhece o futuro comboio histórico da Linha do Vouga? Não? Então deixamos-lhe aqui um "cheirinho"daquilo que poderá ver e usufruir já no verão de 2017. Nas imagens, datadas do ano de 2006, podemos observar a locomotiva diesel CP Alsthom 9004 a rebocar a carruagem histórica CEYF 466. Estas manobras decorreram entre o posto de manutenção (da extinta Linha do Corgo) e a estação da Régua.
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
Em 2002, data em que a Linha da Póvoa encerrou para obras de adaptação ao Metro do Porto, esta unidades foram destacadas para a Linha do Vouga e o Ramal de Aveiro, substituindo as automotoras da Série 9300.
Caracterização
Cada automotora desta série é formada por dois veículos acoplados, sendo um motorizado, e o outro, rebocado. Uma das distinções desta série, em relação às outras automotoras da sua geração a circularem em Portugal, era o número de circuitos electrónicos presentes, destacando-se o sistema informático, para a regulação da marcha.
Ficha técnica
Características de exploração
Ano de entrada ao serviço: 1991
Número de automotoras: 7 (9631 – 9637)
Dados gerais
Construtores: Sorefame / Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles
Bitola de Via: 1000 mm
Tipo de composição: Unidade Dupla a Diesel (motora + reboque)
Tipo de tracção: Gasóleo (diesel)
Transmissão
Fabricante: ABB / Henschel
Motores de tracção
Potência: 434 CV
Características de funcionamento
Velocidade máxima: 90 km/h
Fonte: wikipedia.pt
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
Descrição técnica 9700
Construtor: DURO DAKOVICAno de Construção: 1963 e 1969
Ano de entrada ao serviço na CP: 1980
Ano de retirada ao serviço: nd
Velocidade máxima: 60 km/h
Comprimento total: 59,5 metros
Funcionamento em múltipla: Não
Disposição: Motora + motora + motora + motora
Motorização: 4 motores Fiat 221 HO 710
Potência: 185 cavalos ( por motor ); 595 cavalos disponíveis para utilização
Transmissão: mecânica de 5 velocidades
Em 1992 decidiu-se modernizar profundamente as UTD a todos os níveis, mantendo apenas a caixa e os bogies, sendo que estas novas unidades foram re-numeradas série 9400 e postas em funcionamento na Linhas do Vale do Vouga. As formações UDD 9700 foram sendo abandonadas e convertidas nas unidades 9500 ( USD ) através de um projecto designado LRV 2000 que visava construir um veículo ligeiro e económico com padrões de qualidade modernos.
Com a afectação gradual das 9630 à Linha do Vouga, as 9400, à semelhança do que aconteceu com as Allan 9300 tornaram-se desnecessárias e foram vendidas a Moçambique e ao Peru.
Descrição técnica 9400
Construtor: DURO DAKOVICAno de Construção: 1963 e 1969
Ano de entrada ao serviço na CP (após modernização): 1992/93
Ano de retirada ao serviço: 2002/2003
Velocidade máxima: 51 km/h
Comprimento total: 44,5 metros
Funcionamento em múltipla: Não
Disposição: Motora + motora + motora
Motorização: 3 motores Volvo THD 101 GB (um por unidade)
Potência: 187 cavalos (por motor); 560 cavalos disponíveis para utilização
Transmissão: Hidráulica Voith
Fonte: www.transportes-xxi.net
As míticas automotoras Allan 9300, de performances mais modestas que as suas irmãs 0300, foram desenhadas com a via estreita em mente e as limitações consequentes. Face às 0300 tinham uma menor potência assim como menor velocidade máxima, não obstante as configurações de motora + reboques eram iguais. A sua vida útil foi passada essencialmente nas Linhas do Tua, Dão, Vouga e alguns serviços na Linha da Póvoa agora explorada pelo Metro do Porto, tendo sido retiradas ao serviço em 1990.
À semelhança das suas irmãs 0300, nos anos 80 levaram motores diesel novos, embora da marca Volvo, tendo sido mantidos os motores de tracção e a transmissão Smit originais. Com as linhas do Tua e Dão em agonia, o encerramento da Linha da Póvoa e a introdução das 9630 na Linha do Vouga estas unidades tornaram-se desnecessárias e foram abandonadas aos efeitos do tempo. A 9307 foi convertida em comboio socorro e a 9301 vendida ao Museu Vasco del Ferrocarril, mantendo o esquema de decoração e o símbolo da CP, e tornando-se num pólo atractor de visitantes. A unidade 9310 encontra-se magnificamente preservada e apta a circular embora não esteja exposta no exterior.
Descrição técnica 9300
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Ano de Construção: 1954
Ano de retirada ao serviço: 2001/02
Velocidade máxima: 70 km/h
Comprimento: 18,5 metros
Funcionamento em múltipla: Até 2 unidades
Combinações possíveis: Motora, Motora + Motora, Motora + Reboque + Motora
Motorização diesel: Volvo
Motorização eléctrica: 4 motores Smit GT30/27 S
Potência do grupo gerador: nd
Potência do grupo de tracção: 284 cavalos
Transmissão: eléctrica
Fonte: www.transportes-xxi.net